domingo, 7 de julho de 2013

A História do Pentagrama




No nosso mundo a humanidade sempre acreditou em ter ao seu redor um mundo de forças e energias ocultas que muitas vezes não conseguia compreender nem identificar. Buscou ao longo dos tempos, proteção a esses perigos ou riscos que faziam parte de seu medo ao desconhecido, surgindo aos poucos muitos objetos, imagens e amuletos. O pentagrama está entre os principais e mais conhecidos símbolos, pois possui diversas representações e significados, conforme o povo que o utilizava.

O mais antigo significados do pentagrama, foi que os Hebreus deram como a Verdade, para os cinco livros do Pentateuco (os cinco livros do Velho Testamento, atribuídos a Moisés). Na Grécia Antiga, era conhecido  como Pentalpha, geometricamente composto de cinco As.





O pentagrama também é encontrado na cultura chinesa representando o ciclo da destruição, que é a base filosófica de sua medicina tradicional. Neste caso, cada extremidade do pentagrama simboliza um elemento específico como:Terra, Água, Fogo, Madeira e Metal. Cada elemento é gerado por outro, como exemplo a Madeira é gerada pela Terra, o que dá origem a um ciclo de geração, para que exista equilíbrio é necessário um elemento inibidor, que neste caso é o oposto como a Água inibe o Fogo.

O pentagrama e sua geometria foram exploradas por Pitágoras e por seus seguidores, que o consideravam um emblema de perfeição. A geometria do pentagrama ficou conhecida como "A Proporção Divina", que ao longo da arte, pôde ser observada nos projetos de alguns templos. Era um símbolo divino para os druidas, para os celtas representava a deusa Morrighan ligada ao Amor e a Guerra, para os egípcios era o útero da Terra, mantendo uma relação simbólica com as pirâmides.

Os primeiros cristãos tinham o pentagrama como um símbolo das cinco chagas de Cristo. Desse modo, visto como uma representação do misticismo religioso e do trabalho do Criador. Também era usado como símbolo da comemoração anual da visita dos três Reis Magos ao menino Jesus. Ainda, em tempos medievais era usado como amuleto de proteção contra demônios.

Os Templários, uma ordem  formada durante as Cruzadas, a localização da Ordem dos Templários, ao redor de Rennes du Chatres, na França, é notável observar um pentagrama natural, quase perfeito, formado pelas montanhas que medem vários quilômetros ao redor do centro. Ainda é possível perceber, a profunda influência do símbolo, em algumas Igrejas Templárias em Portugal, que possuem vitrais na forma de Pentagramas.

Pentagrama formado por montanhas no centro da ordem dos templarios
Igreja Templaria

Iniciou a Idade das Trevas depois da queda dos Templários onde se queimavam, torturavam e excomungavam qualquer um que se opusesse a Igreja. Durante esse longo tempo de Inquisição, a igreja mergulhou no próprio diabolismo ao qual se opunha. Nessa época o pentagrama simbolizou a cabeça de um bode ou do diabo, na forma de Baphomet. Assim o pentagrama passou de um símbolo de segurança à representação do mal, sendo chamado de Pé da Bruxa, a perseguição da Igreja fez as religiões antigas se ocultarem na clandestinidade.

Baphomet
Floresce o simbolismo gráfico e geométrico, emergindo a Renascença numa era de luz e desenvolvimento. O pentagrama agora, significa o Microcosmo, símbolo do Homem de Pitágoras representado através de braços e pernas abertas, parecendo estar disposto em cinco partes em forma de cruz. A mesma representação simboliza também o Macrocosmo, o Homem Universal, um símbolo de ordem e perfeição, a Verdade Divina. Agrippa (Henry Cornelius Von de Agrippa Nettesheim), mostra proporcionalmente a mesma figura, colocando em sua volta os cinco planetas e a Lua no ponto central da figura humana. Outras ilustrações do mesmo período foram feitas por Leonardo da Vinci, mostrando as relações geométricas do Homem com o Universo.


 Na Maçonaria, o Laço Infinito,como também era conhecido o pentagrama, por ser traçado com uma mesma linha era o emblema da virtude e do dever. O homem microcósmico era associado ao Pentalpha (a estrela de cinco pontas), sendo o símbolo entrelaçado ao trono do mestre da Loja. O pentagrama também foi associado aos quatro elementos essenciais, terra, água, ar e fogo o quinto, que simboliza o espírito.


Com Eliphas Levi , o pentagrama pela primeira vez, através de uma ilustração, foi associado ao conceito do bem e do mal. Ele ilustra o pentagrama microcósmico ao lado de um pentagrama invertido (formando a cabeça do bode, Baphomet).


O pentagrama voltou a ser usado em rituais pagãos à partir de 1940 com Gerald Gardner. Surgiu  a nova religião Wicca. Desse modo, o pentagrama retoma sua força como poderoso talismã, ajudado pelo aumento do interesse popular pela bruxaria e Wicca, que à partir de 1960, torna-se cada vez mais disseminada e conhecida. Essa ascensão da Wicca, gera uma reação da Igreja da época.

Pentagrama Wicca
O extremo foi quando Anton LaVey adota o pentagrama invertido em alusão a Baphomet de Levi, como emblema da sua Igreja de Satã, e faz com que a Igreja Católica considere que o pentagrama (invertido ou não) seja sinônimo de símbolo do Diabo, difundindo esse conceito para os cristãos. Assim naquela época, os Wiccanos para se protegerem dos grupos religiosos radicais, chegaram a se opor ao uso do pentagrama.


Até os dias de hoje o pentagrama é considerado um símbolo que indica ocultismo, proteção e perfeição. Independente do que tenha sido associado em seu passado, ele é um dos principais e mais utilizados símbolos mágicos da cultura Universal.


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